Parâmetros para aquários marinhos.


Aquaristas sempre perguntam quais níveis dos parâmetros manter em aquários marinhos. Este trabalho reúne essas informações mostrando através de tabelas os valores que mais correspondem a água dos recifes.
Muitas dessas recomendações são opiniões pessoais. Outros aquaristas podem recomendar outros níveis. Para tornar mais claro essas orientações, uma explicação será feita de cada parâmetro, essas informações foram obtidas através de trabalhos publicados aqui na rede.
A tabela 01 mostra quais os parâmetros primários para uma boa manutenção de aquários marinhos. Na tabela 02 mostra parâmetros que interferem de uma forma secundária e muitas vezes são difíceis de controlar seus níveis devido as constantes oscilações ou ate mesmo complexidade de aferição.

Tabela 1.  Parâmetros primários para controle de um aquário marinho.
Parâmetros: Recomendações para aquários: Valores encontrados nos oceanos:1
Cálcio 380-450 ppm 420 ppm
Alcalinidade 2.5-4 meq/L
7-11 dKH
125-200 ppm CaCO3 equivalentes
2.5 meq/L
7 dKH
125 ppm CaCO3 equivalentes
Salinidade 35 ppt
sg = 1.026
34-36 ppt
sg = 1.025-1.027
Temperatura 76-83° F Variável2
pH 7.8-8.5 OK
8.1-8.3 is ideal
8.0-8.3 (pode ser masi alto ou baixo em lagoons)
Magnesio 1250-1350 ppm 1280 ppm
Fosfato < 0.03 ppm 0.005 ppm
Amonia <0.1 ppm Variável (typica <0.1 ppm)


Tabela 2.  Outros parâmetros encontrados nos aquários marinhos.
Parâmetros: Recomendações para aquários:
Valores encontrados nos oceanos:1
Silica < 2 ppm, menos que isso se surgir diatomaceas
<0.06 – 2.7 ppm
Iodo Controle não recomendado
0.06 ppm total para todas as formas
Nitrato < 0.2 ppm Variável (typica abaixo de 0.1 ppm)
Nitrito < 0.2 ppm typically Variável(typica abaixo  de 0.0001 ppm)
Estrôncio 5-15 ppm 8 ppm
ORP Controle não recomendado
Variável
Boro < 10 ppm 4.4 ppm
Ferro Abaixo dos valores do teste (adição OK) 0.000006 ppm


Detalhe e recomendações: Parâmetros primários (críticos)
Cálcio:
Muitos corais usam o cálcio para formar seus esqueletos, que são compostos basicamente de carbonato de cálcio. Os corais obtêm o máximo de cálcio dissolvido na água ao seu redor para este processo. À medida que o cálcio é consumido pelos corais, algas vermelhas calcárias, Tridacnas e Halimeda, seus valores se tornam mais baixos no sistema. Com a queda no nível de cálcio inferior a 360 ppm, torna-se progressivamente mais difícil para os corais para coletar bastante cálcio, assim mantém seu crescimento.
Manter o nível de cálcio é um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento dos corais no aquário marinho. A maioria dos aquaristas tentam manter os níveis naturais de calcio em torno de  420 ppm. Apesar dos corais necessitarem de cálcio, valores acima do normal não irão acelerar o seu crescimento. Pesquisas realizadas com Stylophora pistillata , por exemplo, mostram que os baixos níveis de cálcio limitam a calcificação , mas estes  níveis acima de aproximadamente 360 ppm não aumentam sua capacidade de calcificação.
Por estas razões, sugiro que os aquaristas mantenham um nível de cálcio entre 380 e 450 ppm. Eu também recomendo o uso de suplementos a base de cálcio e aditivos para a manutenção da alcalinidade como rotina. O mais popular destes métodos de suplementação é o uso de kalkwasser, hidróxido de cálcio.
Se o nível de cálcio esta diminuindo e precisa ser elevado, o kalkwasser e o hidróxido de cálcio não são a melhor escolha uma vez que aumentarão a alcalinidade também, nesse caso, adição de cloreto de cálcio será a melhor alternativa.
Alcalinidade:
Assim como o cálcio, muitos corais utilizam a alcalinidade para a formação dos seus esqueletos, na qual são compostos basicamente por carbonatos de cálcio. Acredita-se que os corais absorvem o bicarbonato, convertem ele em carbonato e utilizam esse carbonato para formação de seus esqueletos. Essa conversão é descrita como:
HCO3-  <–>   CO3–  + H+
Bicarbonato <–>  carbonato + acido
Para verificar que os corais estão sendo suplementados com bicarbonato adequadamente, os aquaristas verificam os valores de bicarbonato no sistema diretamente através de kits para medir a quantidade de bicarbonatos há dissolvidos na água já que boa parte da alcalinidade do sistema é devido a presença dos íons bicarbonatos livres.
Então o que é alcalinidade?
Alcalinidade em um sistema marinho é simplesmente a quantidade de ácido (H+) necessário para reduzir o pH em 4-5ppm onde o bicarbonato é convertido em ácido carbônico conforme a equação:
HCO3-  +  H+  ,–>  H2CO3
Em condições normais tanto no mar quanto em aquários marinhos, o bicarbonato está em alta concentração do que qualquer outro íon que possa contribuir para a alcalinidade, então sabendo que uma certa quantidade de H+ é necessária para reduzir o pH a 4-5ppm podemos saber também a quantidade de bicarbonatos presente no meio.
Um outro detalhe importante é a alta concentração de borato em algumas misturas de sal artificial. Enquanto o borato é encontrado nos oceanos em baixos níveis, ele  contribui para a estabilidade do pH, uma alta concentração dele influenciará negativamente na relação bicarbonato e alcalinidade. Aquários que utilizam essas misturas de sal deverão compensar essa diferença na hora dos cálculos para determinar um nível correto da alcalinidade.
Com relação as concentrações de cálcio, muitos aquaristas acreditam que os organismos calcificam mais rápido quando em um ambiente com níveis altos de alcalinidade quando comparados a níveis normais. Esse resultado é demonstrado em diversos trabalhos científicos onde são demonstrados adição de bicarbonato na água para auxiliar no aumento Ca calcificação em Porites porites. Nesse caso, o dobro da concentração de bicarbonato resultou no dobro de calcificação do organismo. Em outros casos avaliados aumentar a concentração de bicarbonato não influenciou no desenvolvimento. Essa questão se deve pelo fato de tanto durante a fotossíntese quando processos de calcificação necessitam do bicarbonato, e nem sempre a concentração deste é grande o suficiente para suprir essa necessidade.
Por esses motivos que a manutenção da alcalinidade é um ponto crítico para o desenvolvimento de corais em aquários marinhos. Na falta desse suplemento, a alcalinidade rapidamente cai devido ao seu rápido aproveitamento no sistema. Alguns aquaristas mantém os níveis de alcalinidade acima do normal desde que não seja um valor muito acima pois poderão acelerar a precipitação do cálcio. Recomendo uma manutenção da alcalinidade entre 2,5 a 4 meq (7-11dKH, 125-200ppm CaCO3).
Níveis de alcalinidade acima do normal na água do mar contribuem para precipitação de carbonato de cálcio em áreas próximas a objetos como aquecedores e impellers de bombas. Essa precipitação causa desperdício de cálcio e alcalinidade que o aquarista suplementa assim como aumenta a necessidade de manutenções nos equipamentos já que com o carbonato de cálcio acumulado, aquecedores irão trabalhar mais e bombas poderão travar prejudicando assim o sistema. Quando há uma elevação considerável da alcalinidade, esse excesso levará a uma queda considerável do cálcio.
Para uma rápida correção da alcalinidade do sistema, o aquarista poderá utilizar bicarbonato de sódio ou carbonato de sódio.
Salinidade:
Há diversas maneiras de se medir a salinidade de uma água como através de sondas eletrônicas, densímetros e refratômetros. Eles basicamente medem valores da densidade específica, salinidade (ppt) ou condutividade (mS por cm).
Para uma referência, o níveis de salinidade nos recifes de corais é de 35ppt o que corresponde a 1.0264 de densidade específica e 53mS por cm de condutividade.
Outros trabalhos publicados anteriormente descreve os cuidados com o preparo da água de reposição e como usar um refratômetro, vale a pena ler.
Temperatura:
A temperatura interfere nos habitantes do aquário de diversas maneiras. Primeiro e mais conhecido é que a medida que a temperatura aumenta, o metabolismo do animal irá aumentar também. Consequentemente irão consumir maior quantidade de oxigênio, dióxido de carbono, nutrientes, cálcio, alcalinidade. Esse aumento do metabolismo poderá aumentar o crescimento dos organismos assim como poderá causar a morte.
Outro ponto importante com relação a temperatura, são os aspectos químicos do aquário. A solubilidade de gases dissolvidos como oxigênio e dióxido de carbono, por exemplo, variam conforme a temperatura. Oxigênio em particular, estará menos solúvel em ambientes com altas temperaturas.
Durante um funcionamento normal de um sistema, o nível de oxigênio e a taxa de metabolismo do habitantes não oferecem problemas mas durante uma queda de energia, o oxigênio dissolvido poderá rapidamente ser consumido, a medida que a temperatura sobe organismos como as Zooxantellas (algas que vivem em simbiose com algumas espécies de corais) irão morrer. Baixas temperaturas não só mantém níveis mais altos de oxigênio dissolvido como promove um consumo mais lento devido ao metabolismo dos habitantes estarem mais lentos também. A produção de amônia levará a morte dos organismos. Em baixas temperaturas, essa produção será mais lenta. Por razões como estas devemos manter o mais estável possível a temperatura, seja ela baixa (24) ou alta (28).
Considerando todos os fatores, esse guia estabelece uma faixa bem larga de temperaturas compreendida entre 24 a 28 graus C.
pH:
Aquaristas gastam um bom tempo tentando resolver os problemas relacionados com pH. Alguns desses esforços são certamente justificados já que problema com pH podem levar a problemas de saúde dos animais. Em muitos casos, o problema está em medir o pH ou a sua interpretação.
Vários fatores tornam importante o monitoramento do pH de um aquário marinho. Uma delas é a de que os organismos aquáticos só prosperam m uma faixa de pH específica, que varia de organismo para organismo. Por conta disso,  é difícil definir uma valor de pH específica “ideal” para os aquários marinhos pois isso é uma particularidade de cada organismo. Mesmo o pH na água do mar (8,0-8,3) pode ser inadequada para algumas criaturas, porém, é comprovado há mais de oitenta anos que os diferentes níveis de pH da água do mar (até 7.3, por exemplo) são estressantes para muitos peixes. Atualmente existem informações sobre pH ideal para muitos organismos, mas esses dados são totalmente inadequados para manutenção em aquários por conta da sua grande variedade de organismos que habitam.
Além disso, o efeito do pH sobre os organismos podem ser diretos ou indiretos. A toxicidade de metais como cobre e níquel para alguns organismos do aquário, como mysids e anfípodes, é conhecido por causado pela variação do pH. A faixa de pH aceitável de um aquário pode variar quando comparado a outro aquário, mesmo que contenham os mesmos organismos, mas possuem concentrações diferentes de metais.
Alterações no pH, no entanto, não substancialmente o impacto de alguns processos fundamentais que ocorrem em muitos organismos marinhos. Um destes processos é a calcificação, ou deposição de esqueletos de carbonato de cálcio, tal fundamento é extremamente dependente de uma boa manutenção do pH do meio alterando a sua velocidade de acordo com as variações, se o pH cai o a calcificação é retardada. Usando esse tipo de informação, juntamente com a experiência integrada de muitos aquaristas, podemos traçar algumas orientações sobre o que é uma faixa de pH aceitável para aquários marinhos, e quais os valores limites.
A faixa de pH aceitável para aquários marinhos é uma opinião e não um fato claramente definido, e certamente irá variar de acordo com a opinião de cada um. Esse intervalo também pode ser bastante diferente da “faixa” ideal. Justificando o que é ótimo, porém, é muito mais problemático do que justificando o que é simplesmente aceitável, por isso vamos concentrarmos sobre esta última. Como objetivo, sugiro que o pH da água do mar, esteja em 8,2ppm, apesar, de existirem aquários marinhos que podem claramente ter sucesso em uma ampla gama de valores de pH. Na minha opinião, o intervalo de pH entre 7,8-8,5 é uma faixa aceitável para aquários marinhos, com várias advertências. São eles:
Que a alcalinidade seja de pelo menos 2,5 meq / L e, de preferência superior no extremo inferior dessa faixa de pH. Esta informação é baseada pelo fato de que muitos aquários operam de forma bastante eficaz na faixa de pH 7,8-8,0, e que a maioria dos melhores exemplos destes tipos de aquários utilizam reatores de cálcio que, embora tendendo a diminuir o pH , mantem a alcalinidade bastante elevada (igual ou superior a 3 meq / L.). Neste caso, os problemas associados com calcificação a estes valores pH mais baixo pode ser compensado pela maior alcalinidade.
Que o nível de cálcio esteja em pelo menos 400 ppm. Calcificação se torna mais difícil, com a queda do pH e do cálcio. Não é recomendável elevar pH, alcalinidade, cálcio , ao mesmo tempo pois se o pH está baixo e não podem ser facilmente alterados (como pode ser o caso de um aquário com um reator de cálcio), certifique-se que o nível de cálcio esteja normal (400-450 ppm).
Da mesma forma, um dos problemas com pH elevado (acima de 8,2 em qualquer lugar, mas cada vez mais problemático a cada aumento desse valor) é a precipitação de carbonato de cálcio livre, resultando em uma queda de cálcio e alcalinidade, e o entupimento dos aquecedores e bomba. Se você elevar o pH para 8,4 ou mais (como muitas vezes acontece quando se utiliza hidróxido de cálcio), certifique-se que tanto o cálcio e os níveis de alcalinidade serão adequadamente mantidos (ou seja, nem muito baixo, inibindo a calcificação biológica, nem muito alto, causando a precipitação excessiva abióticos sobre os equipamentos).
Picos para cima são menos nocivos do que picos para baixo.
Magnésio:
A fundamental importância do magnésio é a sua interação com o cálcio e o equilíbrio da alcalinidade nos aquários marinhos. A água do mar e água do aquário de um reef são sempre super saturado com carbonato de cálcio. Ou seja, a concentração de cálcio e carbonatos excedem a quantidade que a água pode manter em equilíbrio. Como pode ser isso?  A resposta está no magnésio. Sempre que o carbonato de cálcio começa a precipitar, o magnésio se liga a superfície dos cristais de carbonato de cálcio. O magnésio reage quelando e assim inativando essa precipitação, tornando-os incapazes de atrair mais carbonato de cálcio e, portanto, parando a precipitação. Sem o magnésio, a precipitação de carbonato de cálcio aumentaria provavelmente o suficiente para inviabilizar a manutenção de cálcio e alcalinidade em níveis naturais.
Por esta razão, a manutenção do magnésio em: ~ 1.285 ppm. Para fins práticos, 1250-1350 ppm é o ideal, e níveis pouco fora desse intervalo (1200-1400 ppm) são aceitáveis. Não recomendo a elevação de mais do que 100ppm de magnésio por dia, no caso do suplemento de magnésio conter impurezas. Se você precisar elevar mais do que esse valor, recomenda-se suplementar gradualmente dia à dia, evitando assim um possível acúmulo de impurezas.
Um aquário de corais e algas calcárias pode esgotar o magnésio por incorporação em seus esqueletos de carbonato de cálcio. Muitos métodos de suplementação de cálcio e alcalinidade não conseguem manter o magnésio em um nível normal. Hidróxido de cálcio na sua forma líquida (kalkwasser), em particular, é bastante deficiente em magnésio. Por conta disso, o magnésio deve ser medido, frequentemente, principalmente se há dificuldades de manter os níveis de cálcio e alcalinidade estáveis. Aquários onde há excesso de precipitação de carbonato de cálcio sobre os objetos, tais como aquecedores e bombas podem ocasionar em níveis baixos de magnésio (com pH elevado, cálcio e alcalinidade).
Fosfato:
A forma mais simples “do fósforo em aquários marinhos é sob a forma de ortofosfato inorgânico (H3PO4, H2PO4, HPO4 – e PO4 — são todas as formas de ortofosfato). Ortofosfato é a forma do fósforo mais medida nos testes disponíveis no mercado. Também está presente na água do mar, embora outras formas estão presentes também. Sua concentração na água do mar varia muito de lugar para lugar, e também com a profundidade e com o período do dia. Nas águas mais rasas há uma escassez desse elemento em relação as águas mais profundas, devido às atividades biológicas na superfícies que consomem o fosfato e associam em seus organismos. Tipicamente as concentrações de fosfato na superfície dos oceanos são muito baixos, às vezes tão baixo quanto 0,005 ppm.
Em ambientes onde não há o consumo do fosfato para reduzir seu nível, ocorrerá o seu acúmulo. Nos aquários marinhos, o principal porta de entrada é através dos alimentos, mas também pode entrar através de água doce com filtragem deficiente e também através de alguns suplementos de cálcio e alcalinidade.
Quando houver o aumento do fosfato acima dos níveis recomendados, o fosfato poderá causar dois problemas. Um deles é a inibição da calcificação. Ou seja, ele pode reduzir a taxa metabólica de corais e algas calcárias para a construção de suas estruturas.
Fosfato também pode ser um nutriente limitante para o crescimento de algas. Se houver acúmulo de fosfato, o crescimento das algas poderá se tornar algo incontrolável. Em concentrações inferiores a cerca de 0,03 ppm, a taxa de crescimento de muitas espécies de fitoplâncton são mínimas já que dependem da concentração de. Assim, a manutenção de níveis baixos de fosfato contribui para o controle no crescimento das algas.
Por estas razões, o fosfato deve ser mantido abaixo de 0,03 ppm. Mantendo-se abaixo de 0,01 ppm trará benefícios substanciais, isso é possível através da prática de exportação desse nutriente. A melhor maneira de manter os baixos níveis de fosfato no aquário normal é através do cultivo e poda de macroalgas ou outros organismos de metabolismo, utilizando alimentos com baixo nível de fosfato ou controlando a super alimentação, uso de skimmers eficientes,  utilizando resinas removedoras de fosfato , especialmente aquelas que são à base de ferro (que são sempre marrom ou preta).
Amônia:
Amônia (NH3) é excretada por todos os animais e alguns outros habitantes do aquário. Infelizmente, é muito tóxico para os animais, embora não seja tóxico para determinados organismos, tais como algumas espécies de algas que consomem prontamente. Peixes não são os únicos animais que são prejudicados pela amônia, e até mesmo algumas algas, como o fitoplâncton pyriformis Nephroselmis, são prejudicados ate mesmo em concentrações de 0,1 ppm amônia.
Num aquário equilibrado, a amônia produzida é geralmente consumida rapidamente. Macroalgas utilizam para síntese de proteínas, DNA e outros compostos que contêm nitrogênio. Bactérias também metabolizam e convertem para nitrito, nitrato, nitrogênio e gás (o famoso ciclo do nitrogênio). Todos estes compostos são muito menos tóxico do que a amônia (ao menos para os peixes), num sistema sob condições normais, a amônia sofre reação rapidamente e não há nenhum prejuízo ao meio.
Sob certas condições, no entanto, a amônia pode ser uma preocupação. Durante a instalação inicial de um aquário, ou quando a rocha viva ou areia nova é adicionada, uma abundância de amônia pode ser produzida, que os mecanismos disponíveis não pode desintoxicar rapidamente o suficiente. Nestas circunstâncias, os peixes estão em grande risco. níveis de amônia de 0,2 ppm pode ser perigoso para peixes. Nesses casos, os peixes e invertebrados devem ser removidos para uma água mais limpa, ou o aquário tratados com um produto de amônia vinculativos, tais como Amquel.
Muitos aquaristas confundem: amônia e a forma menos tóxica: amônio. Estas duas formas se auto-convertem muito rapidamente (muitas vezes por segundo), assim, para muitos propósitos, não são substâncias distintas. Elas estão relacionadas com a reação ácido-base mostrado a seguir:
NH3 + H+ <–> à NH4+
Amônia + íon de hidrogênio (ácido) <–> íons de amônio
A única razão de interpretarem  que amônio seja menos tóxico do que a amônia é que, sendo uma molécula carregada, enfrenta maior dificuldade para atravessar as brânquias dos peixes e entra em sua circulação sanguínea do que a amônia, que atravessa facilmente através das membranas branquiais e rapidamente entra na corrente sanguínea.
Em aquários com níveis mais elevados de pH, que contêm menos H +, mais da amônia total será sob a forma NH3. Com isso, a toxicidade (amônia) de uma solução aumenta a medida que há um aumento do pH. Isso é importante em áreas como transporte de pescado, onde a amônia pode construir a níveis tóxicos.
Detalhes e Recomendações: Outros parâmetros.
Silica:
Sílica levanta duas questões:
Se diatomáceas são um problema em um aquário equilibrado, há indícios de existência de sílica solúvel, especialmente originada da água da torneira. Nesse caso, purificando a água da torneira, provavelmente resolverá o problema. Em tal situação, os testes não podem revelar níveis elevados de sílica, porque as diatomáceas podem utilizá-las tão rapidamente quanto entra no aquário.
Se diatomáceas não são um problema, então sugiro que muitos aquaristas devem realizar a administração de sílica solúvel. Por que eu iria recomendar dosar esse elemento? Em grande parte porque as criaturas nos nossos aquários utilizam sílica, as concentrações em aquários estão há níveis muito reduzidos quando comparados aos níveis dos recifes e, conseqüentemente, as esponjas, moluscos, e diatomáceas que vivem nestes aquários pode não estar recebendo sílica suficiente para se desenvolverem.
Sugiro a administração da solução de silicato de sódio, pois é uma forma facilmente solúvel de sílica. Eu dose um grau maior de solução de silicato de sódio (vidro d´agua), que é muito barato.
Baseado na minha experiência de administração, os aquaristas estarão seguros realizando dosagens de 1 ppm SiO2 uma vez a cada 1-2 semanas. Esta é baseada no fato de que o meu aquário consome essa quantidade em menos de quatro dias sem qualquer tipo de “reação” ruim “. Claro, não há nada de errado iniciar com um décimo da dosagem e, gradualmente, ir aumentando. Se você obter diatomáceas demais, apenas diminua a administração. Eu suponho  que todos os SiO2 que eu adicionei ao meu aquário tem sido utilizado por diversos organismos (esponjas, diatomáceas, etc), mas talvez eu tenha mais esponjas do que outros aquaristas. Conseqüentemente, as diatomáceas podem ser uma maior preocupação em alguns aquários que no meu.
Gostaria também de aconselhar ocasionalmente medir a concentração de sílica solúvel na água, caso a demanda em seu aquário é substancialmente menor do que no meu. Se a concentração começou a subir acima de 3 ppm SiO2, mesmo na ausência de diatomáceas, eu provavelmente reduziria a taxa de administração uma vez que está próximo da concentração máxima da superfície do mar que sempre contém.

Iodo:
Atualmente eu não doso iodo em meu aquário, e não recomendo que os outros façam essa suplementação. Dosar iodo é muito mais complicado do que outros suplementos devido ao seu grande número de diferentes formas naturalmente existente, o número de diferentes formas que os aquaristas dosam na verdade, o fato de que todas essas formas podem se auto interagirem  em aquários marinhos, e ao fato de que os testes disponíveis detectam apenas um subconjunto das formas totais presentes. Esta complexidade, aliada ao fato de que não há nenhum trabalho onde prova a real necessidade dessa substancia em um aquário marinho.
Por estas razões, eu recomendo para aquaristas NÃO tentar manter a concentração de iodo específicos com uso de suplementação e testes.
Iodo no oceano existe uma grande variedade de formas, tanto orgânicos e inorgânicos, e os ciclos de iodo entre estes vários compostos são muito complexos e ainda uma área de investigação e muita pesquisa sendo realizada. A natureza de iodo inorgânico nos oceanos tem sido estudado por décadas. As duas formas predominantes são iodato (IO3) e iodeto (I). Juntas, essas duas espécies de iodo geralmente somam cerca de 0,06 ppm de iodo total, mas os valores relatados variam pelo fato de serem duas substancias. Na superfície do mar iodato geralmente domina, com valores típicos na faixa de 0,04-0,06 ppm de iodo. Do mesmo modo, o iodeto está geralmente presente em baixas concentrações, geralmente ,01-0,02 iodo ppm.
Formas orgânicas de iodo são algumas em que o átomo de iodo está covalentemente ligado a um átomo de carbono, como o iodeto de metila, CH3I. A concentração dessas formas orgânicas (dos quais existem muitas moléculas diferentes) só agora estão a ser reconhecida por oceanógrafos. Em algumas áreas costeiras, as formas orgânicas podem incluir até 40% do iodo total, tantos relatos anteriores de níveis insignificantes de compostos de iodo orgânico podem estar incorretos.
Os organismos primários em aquários marinhos que fazem “uso” do iodo, pelo menos na medida em que são conhecidas na literatura científica, são as algas (micro e macro). Minhas experiências com Caulerpa racemosa e Chaetomorpha sp. sugerem que a adição de iodeto de não aumentam a taxa de crescimento destas algas, que são comumente usadas em refúgios.
Finalmente, para aqueles interessados na administração de iodo, sugiro que o iodeto seja a forma mais adequada para a administração. Iodeto é mais facilmente utilizada por alguns organismos que é iodato, e é detectada por ambos os testes de iodo atualmente disponíveis (e SeaChem Salifert).
Nitrato:
O nitrato é um íon que há muito condenado por aquaristas. As formas de nitrogênio que são encontrados nos alimentos, e podem em muitos aquários, elevar os níveis tornando difícil a manutenção dos níveis naturais. Uma ou duas décadas atrás, muitos aquaristas realizavam mudanças de água para redução de nitrato como um de seus principais objetivos. Felizmente, agora temos uma grande variedade de maneiras para manter nitrato estável, e os aquários modernos sofrem muito menos com picos dessa substância do que os de antigamente.
O nitrato está freqüentemente associado com algas, e de fato o crescimento de algas é muitas vezes estimulado por excesso de nutrientes, incluindo o nitrato. Outras pragas aquário potenciais, tais como dinoflagelados, também são estimulados por excesso de nitratos e outros nutrientes. Nitrato em si não é particularmente tóxico aos níveis normalmente encontrados em aquários, pelo menos como tem sido até agora conhecido na literatura científica. No entanto, os níveis elevados de nitrato pode estimular excessivamente o crescimento das zooxantelas, que por sua vez, pode realmente diminuir a taxa de crescimento dos corais que vivem.
Por estas razões, a maioria dos aquaristas se esforçam para manter os níveis de nitrato baixos. Um bom nível é inferior a 0,2 ppm de nitrato. Aquários marinhos podem funcionar aceitavelmente com níveis muito mais elevados de nitrato (digamos, 20 ppm), mas correm maior risco de os problemas descritos acima.
Há muitas maneiras de reduzir o nitrato, incluindo a redução da entrada no aquário de nitrogênio, aumentando a exportação de nitrogênio pelo skimmer, aumentando a exportação de nitrogênio em cultivo e poda de macroalgas, rizophoras (ou qualquer outro organismo da sua escolha), utilizando um sistema DSB (leito de areia profundo),  utilizando um reator de nitrato, usando um reator de enxofre, com AZ-NO3, usando resinas removedoras de nitrato, e utilizando polímeros e compostos orgânicos de carbono.
Nitrito:
O nitrito é menos tóxico na água do mar do que na água doce. Os peixes são normalmente capazes de sobreviver em água salgada com mais de 100 ppm de nitrito!  Enquanto nenhum experimento mostrou toxicidade nitrito substancial em habitantes de tanques marinhos, o nitrito não será um parâmetro importante para os aquaristas marinhos para monitorar. O rastreamento de nitrito em um aquário novo, no entanto, pode ser esclarecedor, mostrando os processos bioquímicos que estão ocorrendo. Após essa etapa, esse monitoramento não se faz necessário.
Estrôncio:
Minha recomendação é manter os níveis de estrôncio em aquários de recifes na faixa de 5-15 ppm. Esse nível abrange aproximadamente o nível da água do mar, de 8 ppm. Eu não recomendo a suplementação de estrôncio por aquaristas a não ser que tenham verificado através de testes que esse se encontrava abaixo de 5 ppm. Medição e suplementação de estrôncio não é uma atividade crítica para a maioria dos aquaristas, e não é um exercício trivial, pois os testes disponíveis podem ser difíceis de usar (ver abaixo).
Em alguns testes recentes, descobri que no meu aquário, sem qualquer adição de estrôncio recentemente, o estrôncio já estavo,  acima dos níveis naturais (a 15 ppm de estrôncio, devido à elevação na mistura de sal Instant Ocean que eu estava usando). Conseqüentemente, a adição de um suplemento sem conhecimento do nível que se encontra não é aconselhável. A evidência científica indica que alguns organismos precisam de estrôncio, embora essa seja uma menoria. Alguns gastrópodes, cefalópodes e radiolários, por exemplo, exigem estrôncio.  É, no entanto, tóxico em concentrações elevadas. Em um caso relatado, 38 ppm de estrôncio foi o suficiente para matar uma determinada espécie de caranguejo (maenas Carcinus) . Nenhuma evidência indica que 5-15 ppm de estrôncio seja prejudicial a qualquer organismo marinho, embora não se saiba quais são os níveis de estrôncio ideais. Finalmente, os relatos de um número de aquaristas experientes sugerem que o estrôncio seja substancialmente mantido nas mesmas concentrações como no oceano evitando assim o comprometimento no crescimento de corais, mas este fato não foi comprovado cientificamente.
Como podemos manter os níveis de estrôncio próximo do natural?  Primeiro você terá de ter um bom teste de estrôncio. Se não, o envio de uma amostra a um laboratório poderia ser uma alternativa viável  para alguns aquaristas. Se o resultado esteja no intervalo 5-15 ppm, provavelmente nenhuma ação precisa ser tomada. Se o nível for superior a 15 ppm, o melhor método de redução podem ser simplesmente mudanças de água com uma mistura de sal adequada. Se os níveis de estrôncio são inferiores a 5 ppm, a adição de um suplemento de estrôncio é a solução.
De um modo geral a melhor alternativa para a manutenção do estrôncio é a realização de trocas parciais de água.

ORP:
Eu não recomendo que os aquaristas tentem “controlar” ORP.
O potencial de oxi-redução (ORP) de um aquário marinho é a medida relativa da capacidade oxidativa da água. ORP tem sido recomendado para aquaristas como um parâmetro importante de água, e algumas empresas vendem produtos (equipamentos e produtos químicos) para o controle de ORP. Muitos dos que recomendam o controle de ORP com o objetivo de avaliar o grau de pureza da água do aquário, algo como “a saúde do sistema”, apesar disso nunca ter sido claramente demonstrado.
ORP, na sua essência, é muito, muito complicado. É talvez o assunto mais complicado de se discutir quando o assunto é aquarismo marinho. ORP envolve muitos detalhes químicos que são simplesmente desconhecidas, quer para a água do mar ou para aquários. Trata-se de processos que não estão em equilíbrio, e por isso são difíceis de compreender e prever. Ainda mais assustador é o fato que os produtos químicos que controlam ORP em um aquário pode até não ser os mesmos produtos químicos que controlam ORP em outro aquário, ou em água do mar natural.
ORP é interessante, mas complicado, artifício de verificação das propriedades da água de um aquário marinho. O ORP muitas vezes é utilizado no monitoramento de eventos súbitos do sistema. Estes eventos podem incluir morte imediata dos organismos, assim como o aumento a longo prazo nos níveis de materiais orgânicos.
Medições ORP são muito suscetíveis a erros. Aquaristas são fortemente aconselhados a não exagerar valor absoluto ORP, especialmente se não tiverem recentemente calibrado sua sonda de ORP. Pelo contrário, as medições ORP são mais úteis quando se olha para mudanças na medida ORP ao longo do tempo.
Pessoalmente acredito que com o dia a dia, o aquarista vai criando uma experiência no monitoramento do seu sistema (um olho clínico) e consegue detectar qualquer pequena variação, seja uma turvação, um coral que não abriu, um cheiro. São sinais mais eficientes do que valores subjetivos que um equipamento eletrônico nos fornece.

Boro:
A importância do boro em aquários marinhos é um assunto não muito discutido por entusiastas, apesar do fato de que muitas pessoas, dosam diariamente junto com suplemento utilizado para controlar a alcalinidade. A maioria dos comentários sobre o boro, na verdade, deriva de fabricantes que querem vendê-lo de um modo ou outro, como um “tampão” do agente. Estas discussões, infelizmente, quase sempre falta qualquer discussão quantitativa com relação aos seus reais efeitos, tanto positivos como negativos. Em geral, o boro não é um elemento importante para o controle em aquários.
Boro contribui efetivamente apenas em uma pequena fração da capacidade de água do mar normal tamponar o pH. Parece ser um nutriente necessário ou desejável para certos organismos, mas também é tóxico se elevado um pouco dos níveis naturais.
Por estas razões, a minha recomendação é a manutenção dos níveis de boro natural, cerca de 4,4 ppm. Qualquer valor abaixo de 10 ppm é provavelmente aceitável para a maioria dos aquários. Valores acima de 10 ppm devem ser evitados. O kit do teste de boro Salifert é adequado para determinar os níveis de boro em aquários marinhos.
Ferro:
O ferro é limitante para o crescimento do fitoplâncton em algumas partes do oceano, e pode ser limitante ao crescimento de macroalgas em aquários marinhos. Devido à sua escassez e importância crítica, é também bastante consumido por bactérias e outros organismos marinhos. Por isso, os aquaristas pode realizar dosagem de ferro com o objetivo do desenvolvimento de macroalgas.
Ferro não é fácil de medir. Também não é fácil determinar qual das suas muitas formas biodisponíveis em água salgada, e quais não são. Consequentemente, os aquaristas não devem visar uma concentração específica, mas deve decidir se eles querem alguma dose em tudo, e então usar uma dose adequada daqui para frente. A razão principal está na dosagem de ferro para macroalgas. Se você não está criando macroalgas, então você pode não precisa de monitoramento ou suplementar ferro.
Decidir quanto de ferro adicionar é bastante fácil, porque, na minha experiência, isso não parece importar muito. Presumivelmente, uma vez que você adicionar o suficiente para eliminá-lo como um nutriente limitante, ferro extra não causar dano aparente (pelo menos que eu detectei no meu aquário ou ouviram falar dos outros). Eu dose cerca de 0,1 a 0,3 mL de uma solução contendo 5 g de ferro (como 25 g de sulfato ferroso hepta-hidratado) em 250 mL de água contendo 50,7 g de citrato de sódio dihidratado. Eu doso atualmente uma vez por semana para o meu sistema com um volume total de água de cerca de 750 litros.
Desde amadores, muitos não têm acesso à produtos químicos necessários para fazer o ferro citrato, eu aconselho a maioria dos aquaristas obterem um suplemento de ferro comercial. Uma série de suplementos apropriados e baratos estão disponíveis. Alguns suplementos comerciais, como produto de Kent, combina o ferro e o manganês, presumivelmente porque a literatura científica tem demonstrado que o manganês também limpam fitoplâncton da coluna de água. Eu não experimentei com manganês, mas é provavelmente aceitável para uso se um suplemento de ferro puro não pode ser encontrado.
Eu também aconselham usar apenas suplementos de ferro que contêm ferro quelado a uma molécula orgânica. O ferro vendido para aplicações de água doce às vezes não é livre porque o ferro quelado é mais solúvel em pH mais baixo de aquários de água doce. Eu evito aqueles produtos para aplicações marítimas. Ele provavelmente vai continuar a funcionar, como muitos dos estudos do uso da literatura científica sob a forma de ferro livre na água do mar, mas provavelmente não tão bem, porque pode precipitar antes de ter o sistema totalmente consumir o ferro.
Nota-se que o ferro pode ser um fator limitante para muitos organismos como macroalgas. Estes podem incluir microalgas, bactérias (mesmo bactérias patogênicas) e diatomáceas. Se tais problemas surgirem, diminua ou pare com as adições de ferro
Concluindo:
Questões de químicas em aquários marinhos são muitas vezes assustadoras para os aquaristas. Há muitos parâmetros químicos que os aquaristas monitoram, alguns dos quais são críticos para o sucesso, e alguns dos quais são muito menos importantes. Destes críticos para o sucesso, somente o cálcio e a alcalinidade exigem suplementação regular em todos os aquários marinhos, embora os outros na Tabela 1 podem requerer monitorização. Sucesso mantendo os parâmetros da Tabela 1 em níveis adequados deve percorrer um longo caminho para permitir que os aquaristas obtenham sucesso, enquanto ao mesmo tempo, garanta que os habitantes estarão saudáveis.
Boa sorte!
Randy Holmes-Farley – Reefkeeping.
Tradução e adaptação – Denis Costa
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